Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Presidente russo assinou decreto para tentar conter a desvalorização do rublo após sanções internacionais 

A partir de terça-feira (01), entrou em vigor o decreto que determina novas condições para a economia russa. O documento foi assinado por Vladimir Putin na segunda-feira (28) e tem como objetivo amenizar os efeitos das sanções internacionais sobre a economia do país. 

A campanha militar contra a Ucrânia, iniciada por Putin na quinta-feira (24), ocasionou uma série de sanções econômicas contra Moscou. Estados Unidos e União Europeia (UE) determinaram diversas medidas para isolar a economia russa. 

O cenário provocou uma queda de quase 30% na cotação do rublo, moeda da Rússia, assim como uma saída de investimentos estrangeiros do país. Segundo o Kremlin, o decreto de Putin é uma consequência das “ações dos Estados Unidos e dos Estados estrangeiros e organizações internacionais que se aliaram a eles, que são hostis e contrariam o direito internacional, e estão relacionadas a restrições a cidadãos e empresas russas”.

No documento, o governo russo estabeleceu que:

  • Exportadores devem converter em rublos 80% das receitas em moeda estrangeira obtida desde 1º de janeiro
  • A partir de terça-feira (01), 80% dos valores em moeda estrangeira que entrarem na Rússia também vão ser convertidos em rublos
  • Residentes do país estão proibidos de transferir dinheiro para o exterior 
  • Bancos russos têm autorização para abrir contas para pessoas físicas sem a exigência de que o cidadão compareça pessoalmente ao local, desde que haja transferência de qualquer banco russo para a conta.

Efeitos sobre a economia brasileira

A invasão russa vai trazer consequências para a economia brasileira. O Brasil é um grande importador de produtos químicos e fertilizantes russos, assim o setor agropecuário deve ser impactado pela falta dos insumos. A tendência é que haja um aumento dos preços da safra, elevando a inflação sobre alimentos – que já é a mais alta desde o início da pandemia. 

De forma indireta, os preços de petróleo e gás natural também devem aumentar para os brasileiros. Com a redução da oferta desses produtos no mercado internacional (por conta da diminuição da exportação russa), deve ocorrer uma elevação nos preços de combustíveis para o mundo todo. Isso encarece o transporte de produtos, ocasionando também uma inflação por repasse em todas as indústrias. 

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