Filme destaca a luta por justiça e memória em meio ao legado da ditadura militar brasileira

O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, será lançado nos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro. A produção foi escolhida para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional.

Inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme aborda a trajetória de Eunice Paiva e seus filhos após o desaparecimento de Rubens Paiva, deputado federal cassado e morto durante a ditadura militar no Brasil.

Com um elenco que inclui Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, o filme já recebeu prêmios importantes, como o de Melhor Roteiro no Festival de Veneza. A expectativa em torno da produção cresce, visto que a última vez que um filme brasileiro chegou ao Oscar foi com “Central do Brasil”, em 1999, também dirigido por Salles.

O caso Rubens Paiva está parado no STF

Enquanto o filme lança luz sobre a história da família Paiva, o caso de Rubens Paiva segue sem desfecho no Supremo Tribunal Federal (STF). Detido e desaparecido em 1971, Paiva teve o falecimento confirmado apenas 40 anos depois. 

  • Até hoje, os responsáveis pelo crime não foram condenados.

A denúncia contra os militares envolvidos no assassinato foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2014, e a Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a ação penal. O processo foi mantido pelo Tribunal Regional da 2ª Região (TRF2), mas a defesa dos réus recorreu ao STF, alegando que a Lei da Anistia, de 1979, impedia o julgamento. 

Desde então, o processo está suspenso por uma liminar concedida pelo ministro Teori Zavascki, antes de sua morte. Em 2018, o caso foi repassado ao ministro Alexandre de Moraes, mas segue sem movimentação até o momento.

A questão da Lei da Anistia continua sendo um dos pontos centrais no impasse judicial. Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o STF já considerou a lei constitucional, mas a Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou que crimes graves, como tortura e assassinatos, não podem ser anistiados. O resultado desse julgamento é aguardado há anos, enquanto familiares e entidades de direitos humanos pressionam por uma decisão definitiva.

Foto: Divulgação.

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