Um episódio estendido com gosto de nostalgia e leveza, mas pouco memorável
Os Looney Tunes sempre ocuparam um lugar de destaque na memória afetiva de várias gerações. Anárquicos, barulhentos e carismáticos, conquistaram crianças e adultos com um humor irreverente e um estilo visual marcante. Agora, eles retornam aos cinemas com seu primeiro longa totalmente animado em 2D, apostando em nostalgia e simplicidade com “Looney Tunes – O filme: O Dia Que A Terra Explodiu”.
A trama gira em torno de Gaguinho e Patolino, irmãos adotivos que precisam salvar a casa da família trabalhando em uma fábrica de chiclete. A missão, é claro, logo descamba para o absurdo com a revelação de uma conspiração alienígena para dominar a Terra. A proposta soa tão maluca quanto promissora, e o humor característico da dupla se faz presente com boas tiradas, ritmo acelerado e piadas visuais eficazes.
Porém, a escolha de focar apenas em Gaguinho e Patolino deixa um gosto agridoce. O universo dos Looney Tunes é vasto e rico, e ver figuras como Pernalonga, Frajola ou Marvin de fora é uma oportunidade desperdiçada. O longa acaba se parecendo com um episódio de TV esticado, com um enredo que não justifica totalmente a transição para o cinema.
Apesar da sensação episódica, há charme de sobra. A animação em 2D é um respiro nostálgico em tempos dominados pelo 3D, e a dublagem é um show à parte, com vozes impecáveis que mantêm a personalidade dos personagens intacta. Gaguinho e Patolino são puro carisma e funcionam bem juntos, com uma dinâmica que mistura caos e ingenuidade.
O problema aparece no terceiro ato, que perde o ritmo e apela para reviravoltas artificiais apenas para estender a duração. Quando os créditos sobem, a sensação é de ter consumido um chiclete saboroso… mas que logo perde o gosto. É divertido enquanto dura, mas difícil de lembrar no dia seguinte.
“O Dia Que A Terra Explodiu” é um presente simpático para os fãs dos Looney Tunes e uma porta de entrada divertida para o público mais jovem. Não é memorável, nem se propõe a ser. Mas diverte com o mínimo de pretensão e acerta onde precisa: no humor, na energia e na fidelidade aos personagens.
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.
Foto: Divulgação/Paris Filmes
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