Foto: Reprodução/@eukathlenromeu/Instagram
Violência gera indignação nas redes sociais e na rua. Moradores protestam “Queremos paz!”
“Bom dia neném”
Essa foi a legenda do último story postado nas redes sociais de Kathlen de Oliveira Romeu, 24. A jovem foi atingida, nesta terça (8), por uma bala perdida em um tiroteio entre policiais e criminosos na comunidade do Lins, zona norte do Rio de Janeiro.
Ela estava grávida do primeiro filho, em seu 4º mês de gestação. Chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu. A avó de Kathlen contou à imprensa que a neta havia se mudado da comunidade por medo da violência.
“Eu não queria ter perdido minha neta e perdi desse jeito estúpido. Uma garota que trabalha, que estuda, formada. Só isso que eu tenho a dizer, eu não tenho mais nada. Perdi minha neta num tiroteio bárbaro que a gente não culpa de nada”, lamentou.
Segundo o Instituto Fogo Cruzado, a modelo e designer de interiores não é uma exceção.
“Desde 2017, 15 grávidas foram baleadas no Grande Rio – 8 delas morreram. Do total, 4 foram baleadas em meio a ações policiais”
“Queremos paz!”
Foto: Reprodução/Redes sociais
A morte de Kathlen gerou revolta.
Moradores fizeram um protesto fechando, por cerca de 3 horas, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas oeste e norte do Rio. Com cartazes e faixas manifestaram o desejo da comunidade “Queremos paz”, e atearam fogo em lixos e objetos.
O caso repercutiu nas redes sociais. Instituições e celebridades estão se posicionando sobre o ocorrido.
“Esse Lugar precisa muito pra um dia sonhar em ser um país”, declarou o Rapper Emicida, na sua conta do twitter, utilizando a hashtag #JusticaPorKathleenRomeu
De acordo com a Policia Militar, o confronto teve início quando os agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foram recebidos a tiros em um local conhecido como “Beco da 14”.
“Após cessarem os disparos, os militares encontraram uma mulher ferida”, disse a PM.
A PM afirmou também que o local do ocorrido foi preservado e a perícia foi acionada.
A Investigação será feita pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Segundo a Polícia Civil, testemunhas serão ouvidas para esclarecer os fatos e identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima.