Foto: Luiz Ramos, Onyx Lorenzoni e Ciro Nogueira / Reprodução
A possível reforma ministerial faz parte da articulação política de Bolsonaro
Quatro meses depois da última reforma ministerial, o presidente Jair Messias Bolsonaro divulgou nesta quarta-feira (21) uma nova mudança na equipe. O atual ministro-chefe da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, será realocado para o ‘’novo’’ Ministério do Trabalho, que se chamará Ministério do Emprego e Previdência (MEP).
O cargo atual de Lorenzoni seria ocupado por Luiz Eduardo Ramos, hoje responsável pela Casa Civil. Com isso, a proposta, então, colocaria Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista (PP) e senador pelo Piauí, na chefia da Casa Civil da Presidência da República.
“Realmente deve acontecer semana que vem, está praticamente certo. Vamos botar um senador aqui na Casa Civil que pode manter um diálogo melhor com o parlamento brasileiro” disse o presidente da república Jair Bolsonaro em uma entrevista.
Atualmente existem cinco deputados à frente de ministérios no governo atual: Fábio Faria (Comunicação); João Roma (Cidadania); Tereza Cristina (Agricultura); Onyx Lorenzoni (Secretária-geral); Flávia Arruda (Secretária do governo). E sabendo da insatisfação de senadores em não terem espaço nas pastas federais, movimentar um senador como Ciro Nogueira favorece Bolsonaro com os demais parlamentares.
Isto é, se a reforma de fato se concretizar, esta pode ser a mais relevante até agora para o governo Bolsonaro, visto que diluiria o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, e passaria para algumas responsabilidades para o novo ministério. Além disso, seria a primeira vez que um ministério tão importante como o MTE seria chefiado por um político do Centrão.
Guedes afirmou que a recriação do Ministério do Trabalho serviria para acomodar Onyx em algum lugar. “No futuro, se for reeleito, o governo vai seguir concentrando atividades”, completou o ministro sobre o objetivo do presidente da república em trabalhar com menos ministérios.
Jogada Política
A nova reforma ministerial tem como visão as eleições de 2022 e o jogo político de Jair Bolsonaro, o que o ajuda no Congresso. Com Ciro Nogueira, o presidente consegue conversar com a base governista do Senado, e com o apoio de um pré-candidato ao governo do Piauí, fortalecendo o apoio de seu palanque nos estados.
O atual senador, tem um poder de articulação no Centrão que favorece Bolsonaro a se aproximar de partidos como o próprio Progressista, o Republicanos e o PL.
Ademais, Governo Federal busca equilibrar a balança com o Senado Federal, porque a CPI da Pandemia teria enfraquecido a imagem do governo. A presidência tem interesses que precisam de apoio dos senadores como: a privatização dos Correios, a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal, reformas administrativa e tributária, além de mudanças no Bolsa Família e uma possível comutação eleitoral.