Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures.
Explorando o ‘Invocaverso’ e a Jornada de Valak na Luta Entre Fé e Terror
Mais um episódio do chamado “Invocaverso” chega às telonas e reintroduz como protagonista uma das figuras mais promissoras da franquia, mas que sofre da incapacidade de fornecer todo o potencial quando destacada.
A trama de “A Freira 2” (The Nun 2) se passa em 1956, quatro anos após os eventos vistos em seu antecessor, “A Freira”, e gira em torno de vários assassinatos de membros da igreja católica, levando o Vaticano a concluir que tudo está relacionado ao escape de Valak (Bonnie Aarons) após o exorcismo no convento romeno em 1952.
Essa conclusão leva Irmã Irene (Taissa Farmiga, ainda mais à vontade no papel) a sair do convento onde reside, com sua localização oculta devido ao que enfrentou na Romênia, para investigar os acontecimentos e o quão perigosa pode ser a ascensão do demônio com aparência de freira, caso ele obtenha uma antiga relíquia que lhe conferiria poderes inimagináveis.
Para esta missão, ela terá a ajuda de Irmã Debra (Storm Reid), uma freira recém-chegada cuja vida de devoção foi imposta por seu pai, e cuja personalidade forte questiona o que é impulsionado pelo catolicismo, defendendo a necessidade de vivenciar um milagre para eliminar qualquer dúvida.
A dupla parte para o Internato Santa Maria, situado na cidade francesa de Aix en Provence, que servirá de cenário para a maior parte do filme, pois é onde Maurice / Frenchie (Jonas Bloquet), agora atuando como servente / jardineiro da instituição, permanece como hospedeiro humano para Valak continuar sua jornada de morte e destruição.
Sob a direção de Michael Chaves (que já comandou a direção de outras duas obras deste universo: “A Maldição da Chorona” e “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio”), o filme oferece cenas memoráveis, como a cena inicial envolvendo a pia de água benta em uma igreja e a cena com Irmã Irene em frente a uma banca de revistas, que devem animar os fãs do gênero.
No entanto, há uma aparente repetição na forma como o demônio milenar é apresentado, talvez por segurança em manter-se em território conhecido e não causar estranhamento. Com o tempo, torna-se previsível o que esperar, onde olhar mesmo na escuridão, e quando ocorrerão os sustos (embora alguns ainda funcionem, mesmo que em menor quantidade).
O roteiro de Akela Cooper, Ian B. Goldberg e Richard Naing peca na ambição de mesclar terror e ação, seja pela introdução de artefatos centralizadores de poder ou pela movimentação cênica, às vezes deixando de lado a aura de suspense em favor de se assemelhar mais a uma adaptação cinematográfica de quadrinhos.
Apesar desses obstáculos, “A Freira 2” supera seu predecessor e demonstra a intenção sincera de dar continuidade a uma narrativa que possui os principais elementos para se manter relevante no gênero. Além disso, Valak se tornou uma das personagens favoritas dos fãs, gerando expectativas positivas quanto ao sucesso de bilheteria.
Vale ressaltar a eficaz trilha sonora de Marco Beltrami, que se encaixa bem tanto em cenas sutis quanto nas mais explícitas, contribuindo para a imersão dos espectadores.
Em um momento da produção, com uma cena adicional durante os créditos, Irmã Irene afirma: “As partes mais extraordinárias de nossa fé só são reais porque acreditamos nelas.” E é notável a fé presente na franquia liderada pela freira demoníaca, que dificilmente será encerrada neste segundo capítulo.
*Título assistido em Cabine de Pré estreia promovida pela Warner Bros. Pictures.