A saga ganha novos rumos enquanto a família Toretto enfrenta seu maior desafio

Critica:


Pode acelerar os motores: uma das mais duradouras franquias cinematográficas chega ao seu décimo capítulo (além de spin-offs e curtas) e demonstra que, surpreendentemente, ainda tem (muita) história para contar e combustível para gastar.

Com a estreia de “Velozes & Furiosos 10” (Fast X), a saga de Dominic Toretto (Vin Diesel) e família – biológica e a que escolhemos ter através de amigos e relacionamentos em geral – inicia os indícios de despedida, uma vez que esta é a primeira, das três prometidas para encerrar o que começou nas telonas em 2001 (sim, há mais de duas décadas o público já acompanha as elaboradas manobras automobilísticas).

Sob a direção de Louis Leterrier, a trama é baseada em eventos vistos em “Velozes e Furiosos 5: Operação Rio”, produção que resultou em uma das cenas mais icônicas de todos os episódios até agora: a perseguição a Toretto e Brian (Paul Walker) e o enorme cofre arrastado pelas ruas cariocas, que culminou na morte de Hernan Reyes, vilão interpretado por Joaquim de Almeida.

A novidade ocorre pela inclusão de um personagem que não havia sido mencionado em momento algum: Dante Reyes, o filho de Hernan, cujo histórico de saúde mental e a presença marcante – aliado à interpretação exagerada e cheia de maneirismos de Jason Momoa – o tornam uma figura impossível de ser ignorada – para o bem ou para o mal.

Dez anos após os eventos no Rio, quando a maior preocupação de Toretto parece ser ensinar seu filho Brianzinho (Leo Abelo Perry) a dirigir, a ameaçadora presença de Dante arruína tudo, através de uma frase impactante o suficiente para dar sustentação à narrativa: “Quando o sofrimento é merecido, você não deve aceitar a morte como pagamento”. Ele não quer “apenas” assassinar o protagonista, mas sim, vê-lo sofrer com a perda daquilo que lhe é mais valioso na vida: sim, estamos falando de família.

Com a ação estabelecida, há uma decisão acertada por parte dos roteiristas Dan Mazeau e Justin Lin de mostrar diversos grupos distintos que, embora ajam separadamente (até mesmo em vários países diferentes), almejam o mesmo resultado: impedir Dante de concretizar seu plano de morte e destruição – que inclui o lançamento de uma enorme bomba no Vaticano (a cena vista parcialmente no trailer oficial é maior e mais complexa, o que indica que ocorrem muitos eventos improváveis / incríveis com naturalidade extrema).

Como toda despedida que se preze, “Velozes & Furiosos 10” aproveita para ser um grande encontro de família (literal e metaforicamente), com o retorno de diversos elementos, todos com grau de relevância para a história.

O que torna evidente o quanto os veteranos se divertem em seus papéis de longa data, sendo difícil destacar algum em particular, especialmente quando temos a dupla Roman (Tyrese Gibson) e Tej (Chris “Ludacris” Bridges) em cena, que continuam extremamente divertidos.

E é devido a essa familiaridade do elenco que se torna tão fácil se envolver com os argumentos, deixando de lado as dúvidas sobre a viabilidade das ações, para celebrar cada triunfo dos personagens (afinal, seria no mínimo fantástico – e muito útil -, se na vida real as coisas ocorressem da forma apresentada no filme).

Se grandiosidade é o que se espera, é isso que “Velozes & Furiosos 10” oferece. Seja por diversas sequências impactantes, pela sua duração de 141 minutos, pela conclusão aberta (mas poderosa) ou pela inclusão de uma cena adicional que vale a pena ser vista e dá uma amostra do que está por vir.

*Título assistido em Pré estreia promovida pela Universal Pictures.

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