Cauda de chifre e explosões de gelo: o que esperar do Cometa do Diabo
Um dos mais intrigantes e belos fenômenos astronômicos está prestes a acontecer em 2024. O Cometa do Diabo, ou 12P/Pons-Brooks, vai se aproximar do Sol e da Terra, e poderá ser visto a olho nu por vários meses. O corpo celeste tem esse nome por causa de sua cauda irregular, que lembra chifres, e de suas atividades criovulcânicas, que lançam gelo e gás no espaço.
O cometa tem um ciclo de cerca de 71 anos, e sua última aparição foi em 1953. Em 2024, ele vai atingir seu ponto mais próximo do Sol em abril, quando sua magnitude vai chegar a +4, o que significa que ele será visível mesmo em áreas urbanas. Ele também vai passar perto da Terra em junho, a uma distância de cerca de 0,8 unidades astronômicas (cerca de 120 milhões de quilômetros).
O que torna o “Cometa do Diabo” tão especial é o seu comportamento incomum. Segundo o astrônomo Richard Miles, ele age como um gêiser, expelindo periodicamente água e gelo. Isso acontece porque o cometa tem um entalhe em sua crosta, que impede que o material saia livremente pelo espaço. Assim, ele se acumula e gera pressão, até que uma erupção ocorre, liberando monóxido de carbono e nitrogênio. Essas explosões acontecem a cada 15 dias, e se intensificam conforme o cometa se aquece ao se aproximar do Sol.
Essas erupções criam um espetáculo visual, pois formam uma cauda de chifre, que muda de forma e cor de acordo com a composição do material ejetado. A cauda pode ter até 100 milhões de quilômetros de comprimento, e pode ser vista com binóculos ou telescópios. O cometa também pode apresentar um brilho verde, azul ou vermelho, dependendo da luz solar que reflete em sua superfície.
O “Cometa do Diabo” foi descoberto em 1812 pelo astrônomo francês Jean-Louis Pons, e em 1883 pelo americano William Robert Brooks. Desde então, ele tem fascinado astrônomos e entusiastas do espaço, que esperam ansiosamente por sua próxima aparição. Em 2024, eles terão a chance de observar esse fenômeno único e impressionante, que pode ser uma oportunidade rara na vida.
Foto: Divulgação/Comet Chasers/Richard Miles