A continuação traz novos personagens e canções, mas parece menos ousada em sua narrativa e execução

A inevitabilidade de sequências da Disney para grandes sucessos chega agora a Moana 2. O filme reúne Moana e Maui em uma nova jornada pelos mares da Oceania, expandindo a mitologia polinésia, mas sem grandes inovações narrativas.

Três anos após os eventos do primeiro filme, Moana recebe um chamado espiritual de seus ancestrais para desbravar mares perigosos e encontrar outros povos polinésios que possam fortalecer os laços com sua cultura. A premissa, embora diferente, revisita os temas centrais do original: o desejo de Moana por autodescoberta e sua conexão com o mar.

A primeira metade do filme pode gerar a sensação de um déjà vu, dada a semelhança estrutural com o original. Os conflitos internos de Moana, a dinâmica com Maui, e até mesmo a forma como a narrativa progride parecem espelhar o que já vimos antes. Apesar disso, há uma tentativa de economizar nos aspectos mais grandiosos: os números musicais são menos extravagantes, e as músicas, embora agradáveis, são mais sutis e menos memoráveis sem a presença de Lin-Manuel Miranda.

Visualmente, a animação mantém o padrão de qualidade da Disney, mas apresenta algumas transições e renderizações que parecem apressadas. A criatividade estética, que foi um dos pontos altos do primeiro filme, é menos deslumbrante aqui.

O maior desafio de Moana 2 é a sua narrativa. A história caminha lentamente, sem evoluir significativamente até sua meia-hora final. Embora o arco de Moana chegue a uma conclusão satisfatória, boa parte do filme parece andar em círculos, deixando a impressão de que faltou profundidade ou ousadia para explorar novos territórios narrativos.

No entanto, o filme acerta ao trazer temas relevantes, reforçando valores como preservação da natureza e conexão com as raízes culturais. Os novos personagens e marujos adicionam momentos de leveza, mas pouco contribuem para a progressão da trama.

No final, Moana 2 não deixa de ser uma produção decente, mas falta-lhe a magia e o impacto do original. Enquanto o primeiro filme era uma aventura épica, esta sequência soa mais como uma nota de rodapé na história da personagem. Para os fãs de Moana, a jornada vale a pena, mas talvez sem as mesmas ondas de emoção que o filme anterior trouxe.

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Disney.

Foto: Divulgação/ Disney

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal C+

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