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Dados revelam queda de preços na área de transportes. Mesmo com desaceleração, a taxa superou expectativas do mercado
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, desacelerou e registrou uma alta de 0,58% em janeiro – valor inferior ao de dezembro (0,78%). Na taxa acumulada dos últimos 12 meses, o IPCA-15 totalizou 10,20%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo com a desaceleração do IPCA-15, a alta superou a projeção dos economistas consultados pela Refinitiv (empresa global que fornece dados sobre o mercado financeiro). Segundo o levantamento da instituição, a alta inflacionária esperada era de 0,43% e o valor acumulado anual de 10,04%.
Recuos no transporte e nos combustíveis
O resultado foi impactado em grande parte pelo recuo na área de transportes (-0,41%), com a queda do preço da gasolina (-1,78%) e das passagens aéreas (-18,21%). Outros combustíveis também apresentaram variações negativas, como o etanol (-3,89%) e o gás veicular (-0,26%).
Alimentos e bebidas continuam em alta
Apesar do recuo nos preços da área de transportes, todos os outros oito grupos de produtos e serviços analisados tiveram alta em janeiro. No grupo de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio aumentou em 1,03%. Os produtos que lideraram a escalada de preços foram a cebola (17,09%), as frutas (7,10%), o café moído (6,50%) e as carnes (1,15%).
Alguns alimentos registraram queda nos preços, já observada desde de dezembro, foram eles a batata-inglesa (-9,20%), o arroz (-2,99%) e o leite longa vida (-1,70%).
A alimentação também acelerou (0,81%). O lanche que estava em queda de 3,47% registrou alta de 1,25% em janeiro e a refeição ficou com alta de 0,63% (inferior a dezembro que obteve resultado de 1,62%).
Saúde e cuidados pessoais
Em meio ao aumento de casos de coronavírus no Brasil, o grupo de saúde e cuidados pessoais teve alta de 0,93%, puxada principalmente por itens de higiene pessoal (3,79%). Por outro lado, o plano de saúde teve recuo de 0,69%.
Com a chegada da variante ômicron ao país, há uma tendência de que as ofertas de produtos fiquem restritas, o que deve causar uma pressão sobre os preços e a continuidade de uma inflação desafiadora para a economia brasileira.