O estouro de pneu fez a diferença no GP de Baku
A corrida no Azerbaijão é uma das mais esperadas e não por acaso, seu traçado de rua sempre leva dificuldade aos pilotos. A emoção fica ainda maior por ser pista de rua misturada com a alta velocidade, estes são os ingredientes perfeitos para uma ótima corrida, e foi isso que aconteceu neste final de semana de Fórmula 1.
Para começar, a Pole Position de Charles Leclerc, não garantiu a sua vitória, nem mesmo um pódio ao piloto da equipe italiana, isto devido ao déficit da Ferrari em relação aos motores Mercedes e Honda. Por isso, em menos de dez voltas o piloto monegasco caiu para 4º lugar, deixando Hamilton, Verstappen e Pérez disputarem a ponta da corrida. O que foi um embate interessante pelas primeiras posições.
As ultrapassagens no início da prova desenhavam um cenário que já era esperado, muitas trocas de posições no meio do Grid. Por outro lado, na frente o confronto se tornaria dramático pelos pontos que valiam a liderança do campeonato. O piloto da Mercedes, Hamilton, ultrapassou Leclerc ainda na terceira volta, sem o uso da asa móvel, gerando a possibilidade de ganhar uma certa distância de Max Verstappen. Contudo, o plano não durou muito, pois o inglês não conseguiu criar muita diferença, devido as dificuldades de desempenho no miolo do circuito. Problema que a Mercedes enfrentou neste final de semana de corrida. Outro piloto que acabou passando Leclerc, foi Sérgio Perez, da RBR, que ganhou muitas posições e ultrapassou o monegasco na reta.
A parada de Hamilton não foi boa, e deixou a Mercedes atrás de Pérez e Verstappen, que ganharam distância do piloto inglês. Posteriormente, Sérgio e Lewis travaram uma batalha de arrepiar pela segunda posição, batalha esta que ganharia um final épico. A situação se encaminhava para uma vitória de Verstappen, quando faltando somente 5 voltas seu pneu traseiro esquerdo estourou, causando uma batida na reta dos boxes, a mais de 320 km/h, o abandono foi fatal para Max.
A batida deixou a Red Bull Racing apreensiva, pois a bandeira vermelha foi acionada deixando um clima de incerteza nos boxes. Com o Safety Car na pista, sobraram somente 3 voltas para o fim da corrida. O britânico da Mercedes estava em segundo lugar e Pérez em primeiro, buscando sua segunda vitória na categoria e a quarta para o México. Após 25 minutos de parada, houve a relargada no Azerbaijão. Já na disputa da primeira curva, o piloto da RBR ia perdendo a liderança para Hamilton, contudo, o atual campeão perdeu a curva, o que fez o piloto sair da pista, caindo para a inesperada última posição.
O pódio do Grande Prêmio do Azerbaijão, foi inacreditável, Pérez venceu a sexta etapa do calendário da Fórmula 1 de 2021, e foi seguido por Vettel e Gasly. O piloto alemão, quatro vezes campeão do mundo, escalou várias posições no grid, para ser mais exato oito colocações. Sem dúvida, Sebastian Vettel, foi o nome da corrida, com o segundo lugar. Além de conseguir um pódio, que não acontecia desde o GP da Turquia de 2020, quando conquistou na última volta o terceiro lugar, de forma emocionante.
Dessa vez, a corrida de Vettel foi impecável, o piloto ganhou várias posições, incluindo de carros superiores que sua Aston Martin, como Ferrari e McLaren. Nos instantes antes da bandeira vermelha, Sebastian estava colado em Lewis lembrando as disputas que ocorreram entre os dois entre 2011 e 2017. O último ano citado, foi a última vez em que o carro número 5 esteve na segunda colocação, na ocasião perdeu o título para Hamilton.
Já o terceiro lugar, foi de Pierre Gasly, da Alfa Tauri. O piloto construiu a boa colocação, após uma batalha com Charles Leclerc, os jovens brigavam por posição e faziam o troca troca de colocações. Se esperava muito do francês, desde o término da temporada 2020, e o resultado apareceu apenas agora.
A Mercedes não teve um bom fim de semana, como um todo, e com esse resultado o clima na equipe esta tenso. Primeiro para o finlandês, Bottas, que está em uma maré de azar, com dois fins de semana para esquecer, pois não finalizou a corrida em Mônaco e em Baku ficou somente em 12º lugar. O piloto fez uma péssima apresentação tanto no Treino de Classificação (conquistou o 10º lugar) quanto na corrida. Por outro lado, Hamilton arriscou em mudar os ajustes do veículo, e conquistou um segundo lugar milagroso no Q3, porém acabou perdendo a oportunidade de disparar na frente de Verstappen, após o erro grosseiro. O que deixou o Heptacampeão, em apenas 15º lugar, atrás até da Haas de Nikita Mazepin. A próxima corrida, é no Circuito de Paul Ricard, será a grande oportunidade da equipe buscar o topo novamente.
Os italianos da Ferrari comemoram o resultado, pois agora estão a frente dos rivais históricos da McLaren, na terceira posição com 2 pontos de vantagem, 94 contra 92 dos britânicos. Essa colocação vem em um momento importante nessa primeira parte do campeonato, onde os confrontos estão mais definidos, essa luta pela 3ª colocação entre os construtores, está muito acirrada.
O piloto britânico da McLaren, Norris, finalizou a corrida atrás de Leclerc, em uma corrida de recuperação. Ele saiu do 9º lugar finalizou na 5ª colocação. Essa disputa em específico (Norris x Leclerc) é bom ficar de olho, pois Lando Norris é quarto lugar, enquanto Leclerc é quinto no campeonato. Por outro lado, a disputa entre Sainz e Ricciardo está sendo bem interessante. Hoje o piloto espanhol terminou em oitavo e o australiano em nono. Graças a um erro de Sainz ainda na 15ª volta, quando errou a temida curva do castelo, e caiu para 13º.
Apesar da festa na Aston Martin após a grande apresentação de Sebastian Vettel, o clima não foi de tanta felicidade. Pois a equipe saiu com prejuízo, este foi causado novamente pelo pneu traseiro esquerdo, o mesmo que tirou Max Verstappen da corrida. O piloto canadense Stroll, bateu feito após o estouro do composto que estava sendo usado dentro do pneu, a Pirelli teria afirmado ser seguro dar 33 voltas com os pneus.
A mudança não tinha sido feita nos pneus de Stroll, pois os mesmos não apresentavam um desgaste crítico, porém a perda do controle do carro fez com que a batida no muro fosse muito forte. Por sorte o piloto canadense segurou o carro não permitindo uma batida com Pierre Gasly que vinha logo em seguida. Contudo, a batida gerou uma bandeira amarela dupla, aproximando novamente os pilotos. O resultado da batida não influenciou muito no grid, mas causou um impasse entre os Chefes de Equipe, Fórmula 1 e a Pirelli.
A Alpine teve uma corrida de altos e baixos. Primeiro com um abandono precoce de Ocon, o motor do francês começou a falhar logo no início, o que fez o piloto abandonar a prova. Porém o príncipe das Astúrias, Alonso, fez uma ótima corrida finalizando em 6º lugar, onde digladiou com Sainz e manteve um ritmo interessante até o final.
O fundo do grid, houveram participações inesperadas, porém os mesmos de sempre estavam lá. A Haas de Mick Schumacher e Nikita Mazepin novamente correram muito abaixo do resto do grid, incluindo um tempo de 2:03.145, do russo. Além disso, Mazepin também rodou sozinho, sem grandes danos no carro.
Já Nicholas Latifi quase protagonizou um grave acidente, muito parecido com o de Jules Bianchi, que em 2014 colidiu com um trator em Suzuka. O piloto canadense veio em alta velocidade, não respeitando a bandeira amarela, gerada pelo acidente de Verstappen, e contou também com uma falta de comunicação com sua equipe. A Williams havia pedido para Latifi entrar no boxe e não continuar o trajeto pela reta principal, pois havia um caminhão e um trator retirando o carro número 33. Porém o piloto entrou de forma veloz e quase acertou o traseira do caminhão, que poderia culminar em uma tragédia no Azerbaijão.
A próxima corrida será no Circuito de Paul Ricard na França. A oportunidade é de redenção da Mercedes, que tem um domínio claro em autódromos. Contudo a expectativa é de outra bela corrida.
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