Imagem: Edson Santos

De acordo com a  análise de capacidade da América Latina, o Brasil se encontra no 6º lugar do índice de combate à corrupção

Conforme o Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), o Brasil vem sofrendo uma trajetória de involução desde 2019, mas em 2021 teve a maior queda entre os 15 países analisados. A pontuação geral caiu 8% em relação ao ano passado e passou do quarto para o sexto lugar no ranking geral.

Em 2020 o Brasil alcançou 5.52 na pontuação do ranking. Já em 2021 não passou dos 5,07 pontos em uma escala que vai de 0 a 10 pontos.

Em contrapartida, o Uruguai manteve, pelo 2º ano consecutivo, a pontuação mais alta no Índice CCC, chegando a 7.80 pontos.

O levantamento é feito pela Americas Society/Council of the Americas e pela Control Risks e analisa 14 variáveis, incluindo a independência das instituições jurídicas, a força do jornalismo investigativo e o nível de recursos disponíveis para combater crimes de colarinho branco. Para conferir o estudo completo, clique aqui.

Confira o ranking abaixo:

  1. Uruguai (7.80)
  2. Chile (6.51)
  3. Costa Rica (6.45)
  4. Peru (5.66)
  5. Argentina (5.16)
  6. Brasil (5.07)
  7. Colômbia (4.81)
  8. Equador (4.77)
  9. Panamá (4.55)
  10. República Dominicana (4.38)
  11. México (4.25)
  12. Paraguai (4.08)
  13. Guatemala (3.84)
  14. Bolívia (2.43)
  15. Venezuela (1.40)

Uma outra questão que o índice aponta é que a América Latina está entre as regiões mais afetadas pela pandemia, o que levou os governos e cidadãos a priorizarem outras questões, dando espaço para que políticos diminuíssem a autonomia e os recursos de órgãos judiciais sem desencadear indignação da opinião pública ou manifestações de rua como as testemunhadas em anos anteriores, como diz o próprio documento.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente Jair Bolsonaro, durante solenidade na PGR — Foto:  Isac Nóbrega/Presidência da República
Imagem: Isac Nóbrega

Brasil

Dentro das categorias pontuadas, o CCC aponta que o Brasil sofreu uma queda de quase 9% na categoria “Capacidade Legal”, que reflete a nomeação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro de pessoas percebidas como menos independentes para o comando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A única melhora tida nessa categoria foi um aumento na independência judicial que veio recentemente graças às iniciativas para reforçar a separação entre poderes.

O Brasil também sofreu uma queda significativa na categoria “Democracia e Instituições Políticas”. E isso, de acordo com o CCC, se deu por conta da diminuição do capital político de Bolsonaro durante a pandemia, levando seus aliados a recorrerem à política de troca de favores, negociação de cargos e uso de fundos públicos para conseguir apoio no Congresso.

Por fim, na categoria “Sociedade Civil e Mídia”, também houve uma redução na pontuação. Ainda que uma variável dessa categoria, a qualidade da imprensa, aumentou 3%, a polarização política reduz a capacidade de mobilização dos grupos da sociedade civil, o que leva até esse resultado.

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