Imagem: Christopher Harley
Estima-se que pelo menos 1 bilhão de criaturas marinhas morreram devido às altas temperaturas no Canadá
Enfrentando um calor que registrou recorde, com temperaturas acima dos 40 graus na área urbana e 50 graus em algumas áreas das praias, o Canadá tem sofrido com graves resultados desse verão.
A onda de calor que devastou a província canadense Colúmbia Britânica, pode ter sido responsável pela morte de cerca de 1 bilhão de animais marinhos, segundo pesquisadores da Universidade de British Columbia.
Christopher Harley, professor na Universidade de British Columbia, foi quem encontrou incontáveis mexilhões mortos abertos e apodrecendo em suas conchas em Kitsilano Beach, que fica próximo a sua casa em Vancouver.
“Pude sentir o cheiro daquela praia antes de chegar, porque já havia muitos animais mortos do dia anterior, que não foi o mais quente dos três [dias]”, disse. “Comecei a dar uma olhada apenas na minha praia local e pensei: ‘Oh, isso, isso não pode ser bom.'”, de acordo com
Na costa do Mar Salish, também no Canadá, dezenas de milhares de ostras e mariscos também foram encontrados cozidos até a morte.
Brian Helmuth, professor de biologia marinha da Northeastern University , disse à CNN que esses mexilhões, os recifes de coral, é um sistema de alerta para a saúde dos oceanos e que essas mortes pode causar “um efeito cascata” em outras espécies.
Também em Colúmbia Britânica, a chefe do Departamento de Medicina Legal da província, Lisa Lapointe, informou que 719 pessoas morreram de forma súbita e inesperada durante esses dias, número três vezes maior do que a média registrada em outros verões.
O meteorologista Scott Duncan publicou em sua conta no Twitter que antes desta onda de calor, o recorde nacional canadense era de 45ºC, registrado em julho de 1937. Mas, no dia 29 de junho, o Canadá chegou a atingir inacreditáveis 49,6ºC.
Diante disso, há especialistas que declaram que ligar eventos como esse do Canadá somente às causas do aquecimento global é complicado, porém, em uma entrevista dada à BBC, Michael Mann, professor da Universidade Estadual da Pensilvânia, afirmou que não há dúvidas de que essas alterações climáticas provém, de modo geral, da atividade humana, especialmente da emissão de grandes quantidades de gases como CO² e metano, na atmosfera, causadores do efeito estufa.