Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Ex-médico e paciente da Prevent Senior muito emocionadosderam seus depoimentos hoje na CPI da Pandemia.
Em uma quinta-feira agitada em Brasília, os senadores que formam a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), escutaram no dia de hoje(7), o ex-médico da Prevent Senior, Walter Correa de Souza Neto, e o paciente da operadora, Tadeu Frederico Andrade, que marca a 64° audiência da comissão.
Antes de começarem a ouvir os depoentes o senador e vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), exigiu novamente respostas do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que não respondeu os questionamentos da cúpula, na qual Queiroga tinha um prazo de 48 horas que não foi respeitado.
No primeiro momento o médico Walter Correa afirmou que a operadora de saúde obrigava os profissionais da saúde receitarem para os pacientes o “Kit covid”, formado por: cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, medicamentos não eficazes para a Covid-19 “fui coagido a voltar a prescrever Kit covid”, diz Walter Correa.
Um ponto levantado foi a morte do pediatra, toxicologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Anthony Wong, por Covid-19, em janeiro desse ano. Souza Neto no depoimento achou interessante o caso de Anthony Wong “é um caso interessante. Não tem como questionar, é covid. Não há dúvida. Dez entre dez médicos que avaliarem aquele prontuário vão [dizer] ‘morreu de covid’’. E mesmo sem atender Wong, Souza Neto teve acesso ao prontuário.
“A declaração de óbito de Antony Wong foi fraudada. Não tem a Covid lá. Ele morreu de Covid fazendo o tratamento precoce duas vezes e seria muito feio isso ficar claro, aí tentaram sustentar essa tese”, sustenta Souza Neto.
Essas fraudes aconteciam para apoiar as prováveis fraudes nas documentações sobre a Covid-19.
Segundo o ex-médico da Prevent os médicos eram coagidos a prescreverem o Kit Covid, e quem recusa-se sofria represália da operadora de saúde. Ele ainda diz que se recusou a receitar o kit aos pacientes e foi corrigido, e que o “Kit Covid”, começou a ser receitado em março de 2020.
“Não me lembro exatamente, mas talvez em março do ano passado. De fato, era obrigatório. Não havia autonomia médica. Nem em instituição havia uma hierarquia tão rígida como na prevent. No ambiente todos tinham medo de contrariar os superiores”, delatou o médico.
O médico ainda comparou a Prevent Senior com outro hospital, que no inicio da distribuição do kit “acontecia do paciente ficar agressivo e querer a medicação de qualquer forma”, já na Prevent não acontecia situações como essa pois os médicos eram obrigados a prescrever o “Kit Covid”, para todos os pacientes vítimas do coronavírus.
“Sou um sobrevivente, graças a Deus”, diz Tadeu à comissão
Tadeu Frederico Andrade, vítima do coronavírus e da Prevent Senior, ficou internado 120 dias, entubado 2 vezes e que também fez hemodiálise, traqueostomia, teve arritmia cardíaca e outras intercorrências, começou seu depoimento agradecendo por estar vivo “hoje estou aqui vivo e com saúde. E sou um sobrevivente, graças a Deus”.
Depois de passar por uma teleconsulta de “10 minutos”, com um médico de um dos hospitais da Prevent, e contar sobre dores de cabeça e no corpo, um kit com hidroxicloroquina e ivermectina foi encaminhado até a sua residência. Mas após piorar se dirigiu até um pronto atendimento e descobriu que estava com Covid-19 e num situação já de risco com “pneumonia bacteriana já avançada”.
O paciente ainda contou como sua família desconfiou dos métodos que a operadora gostaria de oferecer para “inicio do tratamento paliativo, reservado a pacientes com grandes chances de entrar em óbito”.
“Felizmente, a minha filha não concordou, e horas depois essa dra. Daniela inseriu no meu prontuário os cuidados paliativos mesmo sem a autorização da família. Ela recomendou que não fosse mais feita hemodiálise, que eu não recebesse antibióticos e que não houvesse manobra de ressuscitação se preciso fosse”, falou.
Depois de desconfiar da Prevent Senior, sua família contratou uma médica particular para à assistência de Tadeu. o depoente ainda contou que sua família após ameaçar ir pra imprensa contar do que estava acontecendo, os médicos voltaram com o tratamento antigo.
Tadeu, muito emocionado agradeceu “oportunidade de expulsar o sentimento angustiante que tenho de quase ter morrido desnecessariamente”.
Marcelo Queiroga deve depor na CPI da Pandemia no próximo dia 18
Com data prevista para a entrega do relatório final para a votação, um dia antes(18), o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga deve ficar na posição de depoente na bancada da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia.
A solicitação presencial de Queiroga na CPI trata-se da não entrega de respostas aos senadores, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cobra do Ministro o plano de vacinação de 20221, como vai ficar a situação de vacinação para as crianças de todo país e também um assunto de momento que ocorreu na manhã de hoje, onde trata de uma reunião da Contec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), que tratou sobre a aplicação de “remédios” que compõem o “Kit Covid”.