Ministério dos Direitos Humanos pediu mais 30 dias para explicar as declarações da ex-ministra e senadora, Damares Alves, em relação aos supostos crimes sexuais contra menores de idade
Artigo por: Mayara Pereira
Foto: Folhapress
Antes de mais nada, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) pediu mais 30 dias para explicar as declarações da ex-ministra e senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), em relação aos supostos crimes sexuais contra menores no arquipélago de Marajó (PA). O prazo anterior que era definido para que as informações fossem apresentadas ao Ministério Público acabou na segunda-feira.
A princípio, a justificativa dada pelo MMFDH ao Ministério Público Federal para o aumento do prazo é o “elevado número de registros”. E também para “atender e dar a devida transparência a todas as solicitações feitas pelo MPF”.
Segundo o jornalista Bruno Peres, do G1, a atual titular da pasta, Cristiane Britto, em ofício enviado a Carlos Alberto Vilhena, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) do MPF, afirma que foram registradas 5.440 notícias que apontam “possível ocorrência de estupro de crianças ou de tráfico de criança no estado do Pará”.
“Sem embargo, mas em razão do elevado número de registros encontrados e à vista da necessidade de tratamento dos dados para o fornecimento das informações solicitadas, respeitosamente solicito a prorrogação por 30 (trinta) dias do prazo inicialmente concedido, na medida em que os 3 (três) dias aprazados foram insuficientes para o volume e magnitude dos trabalhos a serem dispendidos”, informou um trecho do ofício.
Entenda o caso
A associação de Damares Alves com o Arquipélago de Marajó, no Pará, não é recente. Desde quando assumiu o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, no início de 2019, a ex-ministra faz declarações sobre a ilha.
Além disso, segundo uma nota do MMFDH, “a situação de graves violações de direitos humanos já era de seu conhecimento na sua atuação como gestora parlamentar”. Desde então, a mesma tem feito ações, visitas e fortes alegações a fim de executar um programa social de quase 1 bilhão em investimentos na região.
A senadora eleita fez declarações durante culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, que causaram reações no país. Além disso, entre os dados do que ela diz ter descoberto, afirmou ter descoberto imagens de crianças brasileiras, de 3 a 4 anos, sofreriam abusos sexuais ao atravessar a fronteira.
Antes de tudo, o Ministério Público Federal cobrou informações ao Ministério dos Direitos Humanos sobre as falas da ex-ministra. Além disso, pediram também as ações que o MMFDH tomou em relação as afirmações da deputada.
Em nota, a pasta respondeu que já existem “inquéritos já instaurados” sobre o assunto. Esses que dão conta de “uma série de fatos gravíssimos praticados contra crianças e adolescentes.
Entretanto, o Ministério Público Federal do Pará afirma que não houve nenhuma denúncia ao MPF sobre tráfico de crianças no Marajó nos últimos 30 anos. Como a Deputada mencionou no vídeo.