Foto: José Cruz

Ex-juiz afirma que não interviu nas investigações sobre os celulares hackeados de autoridades

O ex-ministro da justiça, Sergio Moro, prestou seu depoimento nesta segunda-feira (17) para a Operação Spooting à Justiça Federal, em Brasília. A investigação que apura a invasão de celulares de autoridades por hacker agora busca se houve ou não interferência de Moro ao crime.

A operação que prendeu, em julho de 2019, seis suspeitos por hackearem e interceptarem mensagens em celulares de autoridades envolvidas na investigação da Lava Jato, como o atual presidente da república, Jair Bolsonaro e o juiz da Lava Jato na época, Sergio Moro.

O ex-juiz afirmou durante seu depoimento que não interviu na investigação, nem que tentou influenciar as ações da Polícia Federal.

“Havia um receio de que a Polícia Federal pudesse devassar a privacidade ou usar esse material de alguma maneira inapropriada quanto aos agentes públicos [que tiveram os celulares hackeados]. O que apenas houve, na ocasião, é que comuniquei algumas vítimas que sofreram o ataque e falei que a Polícia Federal não iria analisar o conteúdo do material apreendido porque ele era evidentemente ilícito”, disse Moro.

O ex-ministro também falou que, assim que percebeu a intercepção de hackers nos celulares, entrou imediatamente em contato com a polícia federal. “A polícia me informava por cima como estavam indo as investigações, sem entrar em detalhes, e depois fui informado que teriam sido identificados os autores dos ataques”, falou.

Além disso, Sergio Moro também falou que as mensagens interceptadas foram usadas de forma tendenciosa pela mídia na época.

“Essas mensagens foram utilizadas de maneira sensacionalista para interromper investigações de crimes de corrupção e anular condenações de pessoas que foram envolvidas em crimes de corrupção”, afirmou o ex-ministro.

Parte dos arquivos que foram interceptados pelos hackers foi obtida pelo jornal on-line independente The Intercept Brasil, que publicou uma série de reportagens que ficou conhecida publicamente como “Vaza Jato”. Essas conversas sugerem que Sergio Moro teria auxiliado os membros do Ministério Público a manipular o caso.

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