O ex-ministro é investigado pela PF por envolvimento com contrabando de madeira

Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters.

Ricardo Salles, um dos últimos ministros da chamada “ala ideológica”, foi exonerado do cargo na tarde desta quarta-feira (23). Há pouco menos de dois meses, a Polícia Federal investiga o ministro por possível envolvimento com contrabando internacional de madeira. Quem deve assumir a pasta é o ex-secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, Joaquim Alvaro Pereira Leite.

As suspeitas se intensificaram depois que Salles exonerou o então delegado encarregado de fiscalizar crimes ambientais na Amazônia, Alexandre Saraiva. O investigado é o 15º ministro que abandonou o cargo durante o governo Bolsonaro (sem partido). O ministro declarou a saída da pasta em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

“Eu entendo que o Brasil ao longo desse e no ano que vem, na inserção internacional e também na agenda nacional, precisa ter uma união muito forte de interesses. Para que isso se faça da maneira mais simples possível, eu apresentei ao presidente o meu pedido de exoneração que foi atendido”, declarou.

Pressão internacional

O governo do presidente Bolsonaro foi marcado por escândalos ambientais desde o começo. Primeiro com incêndios no pantanal, e em seguida, na floresta amazônica. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foi registrada a maior área desmatada em 12 anos entre agosto de 2019 e julho de 2020.

Os governos da Inglaterra e dos Estados Unidos avaliam a criação de medidas para rastrear o desmatamento em solo brasileiro através do gado exportado. Se for constatado que o animal se alimentou em áreas desmatadas, esses países restringiriam a compra da carne.

As ameaças da comunidade internacional podem causar danos sérios à economia, que tem se recuperado da recessão econômica principalmente por conta da exportação de commodities agropecuárias.

O novo ministro

Joaquim Alvaro Leite tem laços com o agronegócio. Ele foi Conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e administrou fazendas. Além disso, a Secretaria da Amazônia, onde Leite trabalhava, é um dos setores mais criticados por ambientalistas.

Apesar disso, o novo ministro se considera um entusiasta do desenvolvimento sustentável. Leite foi responsável pela criação do projeto Floresta Mais, que institui o pagamento por serviços ambientais.

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