Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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Deputado afirma não participar de “gabinete paralelo” e volta a defender imunização de rebanho

O ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (MDB-RS), indiciado como integrante do “gabinete paralelo” que auxiliaria o presidente Jair Bolsonaro nas decisões de administração da pandemia do novo coronavírus, depôs nessa terça-feira (22) para a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. O deputado é ouvido como convidado.

Durante a comissão, o parlamentar afirmou que errou em suas projeções sobre o número de mortes no país por conta da pandemia, que em 2020 afirmou que a epidemia do novo coronavírus seria menos agressiva que a de H1N1.

Ele também voltou a defender a imunização de rebanho, com a infecção em massa, que é uma ideia amplamente difamada pela ciência, além de ser uma das pautas de investigação da Comissão, e que o lockdown não funciona.

“Não sou eu quem diz. São 32 trabalhos publicados comparando países que fecharam ou não. Essa comparação é unânime. O lockdown não reduz o número de mortes. Se reduzisse, eu não estava nem aí para a situação das empresas. Mas não… É uma tragédia. Não funciona. Nunca funcionou. Não tem nenhuma evidência científica que funcione”, afirmou.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Terra era o “líder do negacionismo”. Sobre isso, o ex-ministro afirmou que não é negacionista, já que não nega a vacina, e que “a melhor forma de salvar vidas é trabalhar como foi feito em todas as pandemias.”

Quando Renan Calheiro o confrontou sobre suas falas a favor da imunização em rebanho, o deputado afirmou que “a imunidade de rebanho não é uma técnica, e nem uma estratégia de enfrentamento, é o resultado de qualquer epidemia, inclusive a de uma gripe de inverno”.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), criticou as declarações de Terra sobre a imunização em rebanho e a ideia de que o lockdown não funciona. “Nenhum brasileiro que teve a ousadia de questionar o lockdown, que causou a morte de amazonenses, não causou só a morte, o sofrimento de uma pessoa não ter oxigênio para respirar, essas pessoas são cumplices de assassinato.”

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou em seu Twitter que o “depoimento de Osmar Terra está sendo tão inútil quanto suas opiniões. Precisa apertar sobre o gabinete paralelo, o uso das atrocidades proferidas pelo negacionista para orientar a atuação do genocida.”

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