Denúncia de Hanni impulsiona debate sobre proteção aos artistas no K-pop
A cantora Hanni, do grupo NewJeans, foi convocada pelo Comitê de Meio Ambiente e Trabalho nesta terça-feira (15) para prestar esclarecimentos sobre um episódio de assédio relatado por ela. Em uma transmissão ao vivo, a artista denunciou que um manager da HYBE instruiu outra artista do grupo ILLIT a ignorar suas saudações, gerando um clima de constrangimento. Apesar de ter levado o caso à CEO da ADOR, Kim Joo Young, a cantora afirma ter sido desconsiderada, com a justificativa de que era tarde demais para tomar qualquer medida.
Kim Jun Young, Diretora de RH da HYBE, explicou que, devido à natureza específica dos contratos artísticos, os artistas não se enquadram na categoria de funcionários regulares, o que os exclui de algumas proteções trabalhistas.
Ao se apresentar no comitê com um discurso emocionante, Hanni, questionou a desconsideração da humanidade dos artistas.
‘Somos todos humanos’ – Afirmou a cantora, enfatizando a necessidade de maior proteção para os profissionais da indústria musical, mesmo aqueles com contratos diferenciados.
A CEO Kim justificou a situação, alegando que os artistas não estão incluídos no grupo de colaboradores que podem utilizar os mecanismos internos da empresa para denunciar assédio. No entanto, a executiva também destacou os esforços da HYBE para promover uma cultura corporativa que valorize todos os seus colaboradores, incluindo os artistas com o “guia de ação de respeito mútuo”, através de programas de treinamento e políticas internas.
Apesar de ter agido de acordo com suas atribuições como membro do conselho da ADOR, ela não consegue deixar de se questionar se poderia ter feito mais para proteger a cantora ao notar as emoções e coragem de Hanni naquela situação.
Em conclusão, Kim demonstrou um compromisso com a mudança, reconhecendo a necessidade de proteger melhor os artistas. Ao afirmar que tomará medidas necessárias, a executiva sinaliza uma mudança de postura e a intenção de criar um ambiente de trabalho mais saudável e justo para todos os artistas da HYBE.
O caso de Hanni é um lembrete de que a responsabilidade pela prevenção do assédio não se limita apenas às empresas. Cada indivíduo, seja artista, manager ou executivo, tem um papel fundamental a desempenhar na construção de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso. A mudança cultural é um processo gradual, mas a coragem de Hanni em denunciar o assédio e a pressão da sociedade podem acelerar esse processo. É fundamental que todos os atores envolvidos na indústria musical se unam para garantir que casos como este não se repitam.
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