Foto: Manu Dias/GOVBA
Com a seriedade dos danos e os riscos na Bahia, internautas têm criticado aparente distanciamento do presidente
A Defesa Civil da Bahia (Sudec) confirmou mais uma morte em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado. A vítima é um jovem de 19 anos, que se afogou ao tentar atravessar uma enxurrada em Ilhéus (BA) na noite de segunda-feira (27). Com a confirmação, o número de mortes na Bahia subiu para 21. Diante dos desdobramentos, Jair Bolsonaro tem sido criticado por tirar férias enquanto a situação se agrava.
O governador do estado, Rui Costa (PT), compara o quadro baiano com um “cenário de guerra”. “A extensão da destruição é o que impressiona. Parece que houve uma guerra. As crateras, as barragens que foram levadas, as pontes, o dano à infraestrutura é enorme. Nossos técnicos estão avaliando os danos, mas ainda não temos esse dado concreto”, disse o governador.
O desastre afetou mais de 470 mil pessoas. Segundo a Sudec, 77 mil pessoas tiveram de deixar suas residências, dentre as quais 34.163 estão desabrigadas e precisam de assistência governamental para ter uma moradia temporária.
O governador Rui Costa (PT) afirmou que a extensão da tragédia foi, possivelmente, a maior em toda a história da Bahia – 58 cidades se encontram parcialmente ou totalmente submersas e mais de 130 cidades decretaram estado de emergência (30% do total de municípios da Bahia). Segundo o levantamento técnico realizado pelo estado, ao menos quatro municípios correm riscos de novas enchentes.
O governo federal destinou R$ 20 milhões para ajudar as cidades na Bahia e decretou o repasse de R$ 80 milhões para a reconstrução de rodovias no Nordeste. Contudo, Costa estima que o valor não deve ser suficiente para conter os danos da tragédia.
Críticas ao presidente
Em meio aos acontecimentos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido alvo de críticas. Na terça-feira (28), a hashtag #BolsonaroVagabundo entrou nos assuntos mais comentados do Twitter. O senador Eliseu Neto (Cidadania-SP) chamou seus seguidores para fortalecerem a hashtag. “Vamos ajudar a subir essa tag. No meio de um desastre de chuva na Bahia o vagabundo está de férias”, afirmou. Internautas criticaram a postura do presidente, que tem postado fotos andando de jet ski e pescando, e pediram uma nova visita dele à Bahia (o chefe do executivo sobrevoou a região em 12 de dezembro).
As críticas ao presidente foram motivadas pela viagem de Bolsonaro à Santa Catarina para passar o fim de ano, feita logo após suas férias de uma semana no Guarujá (litoral paulista). O presidente deve retornar ao Palácio da Alvorada no início de janeiro e afirmou apenas que “espera não ter que retornar antes”. Após as críticas, uma comitiva de ministros formada por João Roma (ministro da Cidadania), Marcelo Queiroga (ministro da Saúde) e Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional) sobrevoou as regiões atingidas pelas chuvas. Segundo Marinho, por “determinação” de Bolsonaro.