Foto: Reprodução/Instagram

Igualdade, liberdade, fraternidade

Vivemos um tempo de doença, um tempo de cuidado, zêlo, esmero. Vivemos um tempo em que não podemos velar nossos pais, avós e irmãos. Em paralelo continuamos sendo os velhos brasileiros de sempre, afundados em nossa ignorância egoísta.

Muitos holofotes se viraram à trágica morte de MC Kevin, é claro, um veículo informativo vive do que o público consome. Ocorre que o tema principal não foi abordado. Muito se especula acerca do que ocasionou a queda do MC, quem são os envolvidos, se houve ou não uma traição, quanto teria sido pago à suposta garota de programa, enfim, a famosa fofoca, mas em momento algum tratam dos únicos fatos concretos, quais sejam, MC Kevin, em plena pandemia, proporcionava shows clandestinos, aglomerações em apartamentos, não hesitou em jogar slots online, esfregava o abuso de alcool e drogas na cara da sociedade e disso se vangloriava.

Ora, frente à milhares de outras trágicas mortes, de educadores, de médicos lutando para salvar a vida de enfermos, as atenções e idolatrias são voltadas à um indivíduo que propagava aquilo com que o brasileiro mais se identifica, a indecência. Isso nada mais é do que um reflexo da nossa sociedade, do velho jeitinho brasileiro, da razão do nosso insucesso mundial.

Ouvimos muito por aí que somos um país livre, que o cidadão possui seu direito de locomoção e que a liberdade deve prevalecer acima de tudo, que é só uma gripezinha. Será? Será que em meio à uma pandemia mundial a liberdade de um indivíduo deve prevalecer sobre a saúde pública? Para qual lado a balança de Themis deve pender ao pesar esses bens jurídicos? Para esse que vos escreve, não resta dúvida que, diante de situação tão crítica e anormal, a saúde pública deve prevalecer, isso porque o excesso de liberdade de um indivíduo acaba por invadir a esfera da liberdade e saúde de terceiros, logo, indo contra os  princípios pregados pelo próprio liberalismo.

Mas, é claro, o aumento dos indíces de morte e contaminação nada mais são do que um exagero midiático parte de uma conspiração para controlar a população, e, como já diria o “messias”, “tem alguns idiotas que ainda ficam em casa”. Esse é o espelho e espírito fraterno do Brasil. Progresso.

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