Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real

Apesar da extração de minério ser proibida no trecho, garimpeiros ocuparam a região há cerca de 15 dias em busca de ouro

Balsas e dragas de garimpeiros invadiram o Rio Madeira, no interior do Amazonas. Há cerca de 15 dias, os garimpeiros se instalaram na região, próxima à comunidade de Rosário no município de Autazes – que fica a 113 quilômetros de Manaus – devido à notícia da presença de ouro no local. A figura dos garimpeiros atuando na extração de ouro ao longo do Rio Madeira é frequente, mas a grande quantidade de dragas e balsas no trecho foi um diferencial que chamou a atenção da imprensa e movimentou as redes sociais.

A presença da “vila flutuante” e a exploração mineral na região não estão licenciadas, segundo o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), o que torna qualquer atividade de extração mineral no local irregular. O Ministério Público Federal (MPF) também reafirmou que a extração de ouro no trecho do Rio Madeira é ilegal, pois não é licenciada por nenhuma autoridade ambiental competente ou título de lavra emitido pela Agência Nacional de Mineração.

Em documento, divulgado na quarta-feira (24), o MPF recomendou repressão emergencial ao garimpo. “Pelo porte da ‘invasão garimpeira’, a repressão da atividade exige, necessariamente, esforços coordenados de agências governamentais diversas, cada qual dentro de suas atribuições, com papel destacado para a atividade repressora e de policiamento ambiental dos órgãos integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), o Ibama, em nível federal, e o Ipaam, em nível estadual”.

Vídeo compartilhado pela deputada Sâmia Bomfim mostra extensão das balsas e dragas

Para o ativista do Greenpeace Danicley de Aguiar, a falta de fiscalização foi fundamental para o avanço do garimpo ilegal. “Nós estamos vendo aqui um conjunto de mais de 300 balsas colocadas numa ponta de rio, sem licença ambiental alguma, mas operando naturalmente à luz do dia sem ser incomodada por ninguém. São 300 balsas a menos de 30 minutos de voo da maior cidade da Amazônia e elas colocam aí em risco também toda a saúde pública da região”, disse o ativista.

A imprensa internacional também se pronunciou sobre o tema, com veículos como o The Guardian exigindo ação das autoridades. Órgãos de controle afirmaram que estão apurando a situação. O Ipaam informou na quarta-feira (24) que está em busca de informações para planejar e executar ações integradas com órgãos das esferas estadual e federal.

O Ibama afirmou na terça-feira (23) ter ciência do caso e estar em reunião com o Ipaam para ajustar as informações e tomar as providências necessárias. Já a Polícia Federal disse que “juntamente com outras instituições, estabelecerá as melhores estratégias para o enfrentamento do problema e interrupção dos danos ambientais”. Até o momento nenhuma medida concreta foi executada para interromper o garimpo na região.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *