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Índice registra alta no país, especialistas apontam desvalorização cambial e instabilidade política como principais causas

A inflação continua a acelerar no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou prévia da inflação oficial de 1,17% para novembro. O percentual é o maior para o mês desde 2002. O IPCA-15 aponta alta de 9,57% na inflação acumulada deste ano – a barreira de dois dígitos foi ultrapassada já na prévia da inflação de setembro. 

A pressão inflacionária também tem sido parte do cenário econômico internacional: os Estados Unidos atingiu o maior percentual do acumulado dos últimos 30 anos (com 6,2%) e a Europa registrou 4,1%; maior valor em 13 anos. Ainda assim, especialistas apontam que os brasileiros têm sofrido mais com uma pressão inflacionária rápida e presente em vários setores da economia. Economistas apontam que a instabilidade política e a desvalorização cambial têm sido muito prejudiciais para o preço dos produtos no Brasil. 

Os principais produtos afetados

O principal setor afetado foi o dos combustíveis. De acordo com pesquisa do IPCA, a gasolina registrou alta de 6,62% em novembro e impactou os valores do grupo de transportes,  que teve a maior variação (2,89%). O combustível teve variação anual de 48%. Neste mês, o preço dos combustíveis pesou também no valor das passagens aéreas, que atingiu a casa dos 30%.

No setor de habitação, que foi afetado em outros meses pela alta dos preços da energia elétrica, o principal impacto veio do gás de botijão (4,34%) que manteve a tendência de alta, registrada desde junho, com o acumulado de 51,05%. No grupo de saúde e cuidados pessoais, houve um aumento de 0,80% nos itens de higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%). 

Apesar dos aumentos, uma boa notícia para as famílias brasileiras foi a queda no indicador da inflação sobre alimentação e bebidas. Em novembro, a inflação sobre o setor foi de 0,40% (uma queda de 0,98 pontos percentuais em relação ao mês anterior). Segundo o IBGE, essa diminuição se deve à baixa no preço das carnes. O embargo da China à carne bovina brasileira aumentou a disponibilidade do produto no mercado interno, diminuindo a inflação. Leite longa vida (-3,97%) e frutas (-1,92%) também recuaram os valores. 

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