Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Servidores federais podem suspender as atividades a partir de 18 de janeiro após Bolsonaro sinalizar que somente policiais seriam atendidos em 2022

Nesta quarta-feira (12), deve ocorrer uma reunião virtual da Unacon (entidade que representa auditores e técnicos federais de finanças e controle) para discutir a suspensão dos trabalhos da categoria no dia 18. Ao menos outras 18 categorias de servidores podem se juntar à paralisação com o objetivo de pressionar o governo federal por reajustes salariais.

No calendário aprovado pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), em 29 de dezembro, os sindicatos das categorias prevêem a suspensão dos trabalhos em três dias – 18, 25 e 26 de janeiro.

Assembleias devem ser realizadas nos próximos dias para confirmar a adesão dos servidores às greves, a expectativa é que uma parcela significativa participe da mobilização. Além disso, também será discutida uma possível greve geral para fevereiro.

Categorias discutem paralisação

Segundo o Fonacate, os debates sobre as greves incluem auditores da Receita, funcionários do Banco Central, servidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), auditores e técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) e do Tesouro Nacional, servidores da Susep (Superintendência de Seguros Privados), auditores do trabalho, oficiais de inteligência e servidores das agências de regulação.

Além deles, também participam das discussões analistas de comércio exterior, servidores do Itamaraty, servidores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), defensores públicos federais, especialistas em políticas públicas e gestão governamental, auditores fiscais federais agropecuários, peritos federais agrários, além de servidores do Legislativo, do Judiciário e do TCU (Tribunal de Contas da União).

Algumas categorias já confirmaram a suspensão dos trabalhos, dentre elas, os servidores do Banco Central que vão suspender as atividades no dia 18, das 10h às 12h.

Demandas dos servidores

A mobilização ocorre após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinalizar que reajustes salariais seriam concedidos apenas a policiais federais em 2022. Os servidores criticam também ataques do presidente ao funcionalismo público e interferências em autarquias. A Univisa (Associação dos Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou documento informando que vai aderir à paralisação e exigindo “um basta para os ataques do governo às prerrogativas institucionais e à honra dos servidores e gestores”.

Em declarações recentes, Bolsonaro acusou a Anvisa de ter interesses suspeitos na aprovação de vacinas. O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, respondeu Bolsonaro exigindo que o presidente faça uma investigação, caso tenha informações suspeitas, ou se retrate pelas falsas acusações.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *