Foto: Pixabay/Reprodução

Estudos apontam benefícios da bebida, mas existem casos em que ela deve ser evitada

O café é uma das bebidas mais consumidas pelos brasileiros, a maioria não consegue sair de casa sem aquela tradicional xícara de café logo cedo pela manhã. Mas a bebida causa controvérsias até mesmo no campo científico, gera perguntas, afinal, o consumo de café faz bem ou faz mal? Até que ponto aquele cafezinho pode começar a prejudicar a saúde ou até mesmo melhorá-la? 

De acordo com um estudo publicado em julho de 2021, na revista científica Jama Internal Medicine, o consumo de café está associado à diminuição dos riscos de desenvolver arritmias cardíacas. Isso se dá pela fibrilação arterial, caracterizada por uma frequência cardíaca irregular e muitas vezes aceleradas, que geralmente provoca má circulação sanguínea.

A pesquisa analisou o consumo por mais de 386 mil pessoas ao longo de três anos e comparou as taxas de arritmia cardíaca, que pode incluir fibrilação atrial. Os pesquisadores descobriram, após descartar hábitos e doenças que poderiam causar palpitações, que “cada xícara de café consumida estava associada à diminuição em 3% dos riscos de incidência de arritmia”, escreveu o professor Gregory Marcus, da divisão de cardiologia da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Entretanto, isso não é uma regra geral. Os autores investigaram genes associados à agitação provocada pelo café, o CYP1A2, chamado “gene do café“. Com isso, indivíduos que têm esses genes ativos, metabolizam o café normalmente, ou seja, não sentirão nenhum efeito colateral com o consumo.

No entanto, aqueles que têm mutação no gene, o organismo pode passar a metabolizar o café mais lentamente, fazendo com que os efeitos tenham duração maior e sejam mais sentidos. Não foi identificada na pesquisa nenhuma associação significativa entre a dificuldade para metabolizar o café e o desenvolvimento de arritmia. 

A empreendedora Joice Cabana, apaixonada pela bebida desde os oito anos, conta como é a sua experiência com o café e o que faz quando tem crises de enxaqueca e gastrite. “Passei um período de três dias sem tomar café, mas geralmente costumo dar umas pausas quando tenho enxaqueca, principalmente se eu não tiver tomando café especial em casa, aí eu evito um pouco devido as impurezas e carbonização que o café de supermercado tem”, relata.

Sobre as impurezas e a carbonização do café citada por Joyce, Gabriella confirma sua afirmação.

“Nestes que são produzidos em grande escala, de forma mecânica/industrial muitas vezes para baratear e acelerar o processo não há esse controle de qualidade , e assim acaba passando grãos verdes ou grãos maduros demais, impurezas etc. E pra mascarar essas falhas, eles acabam torrando um pouco mais o café, que seria essa “carbonização” que também pode deixar o café mais amargo”, explica. 

A nutricionista também conta que o café artesanal/gourmet geralmente passa por um processo mais criterioso de controle de qualidade e pode ser uma alternativa para aqueles que querem fugir do pó tradicional.

Outra pessoa que também precisou cortar o café, mas dessa vez, definitivamente, foi o cantor João Gomes. Ele começou a sofrer casos de refluxo enquanto cantava e quando se deitava, ao investigar, descobriu que a causa era o café. Louco pela bebida, agora ele precisa lidar com a abstinência e se cuidar para proteger a voz. “Eu tinha sempre um copinho na mão, agora, só vez ou outra, passei a ter medo de subir no palco e ser impedido de cantar pelo refluxo. Estou me tratando”, declarou. 

De acordo com a nutricionista Gabriella Branco, isso ocorre porque a bebida, além de aumentar a energia do indivíduo, também é uma bebida ácida e pode piorar casos de gastrite e refluxo. 

“Como café é uma bebida ácida, para aqueles que têm problemas estomacais como gastrite e refluxo, o café pode vir a piorar esses quadros. Além disso, pessoas que têm enxaqueca também podem ter uma piora com o consumo de café”, afirma. 

Vale ressaltar que o café também pode piorar outros quadros clínicos e deve ser controlado em algumas situações. “Para pessoas que sofrem de ansiedade o consumo de cafeína pode piorar o quadro, sem contar que indivíduos que possuem distúrbio do sono podem sofrer uma piora por conta da cafeína”, ressalta. 

A especialista também recomenda que mulheres passem a moderar o consumo da bebida durante a gestação. 

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